Ministério Infantil: É por eles, não para os pais.

Vivemos em uma geração que clama por direção. Crianças estão crescendo sem referências firmes, cercadas por um mundo que oferece distrações, vícios e caminhos perigosos. E, infelizmente, muitos pais têm entregado seus filhos ao sistema sem perceber. O ministério infantil existe por eles, pelas crianças, e não para aliviar a consciência dos pais aos domingos.

Depois de anos trabalhando para edificar uma igreja que cuida de crianças me deparo  com uma triste realidade: ao penetrar nas raízes do próprio ministério infantil, estamos descobrindo que grande parte das pessoas envolvidas nesse ministério não estão ali pelos filhos, mas por si mesmas. Se dedicam ao ministério, mas ao mesmo tempo impedem o envolvimento dos próprios filhos, tomando decisões que os afastam da presença de Deus. Muitos estão entupindo seus filhos de atividades seculares que, a longo prazo, vão sufocar a espiritualidade deles quando se tornarem jovens.

Precisamos entender uma coisa séria: o diabo investe a curto e a longo prazo. Ele planta distrações agora para colher destruição mais tarde.

A responsabilidade espiritual dos filhos não está nas mãos da igreja. Está nas mãos dos pais. São os pais que definem o tom da fé dentro de casa. Pais visionários entendem que manter seus filhos engajados no Reino de Deus não é apenas importante, é urgente. Se os pais forem constantes na fé, os filhos serão firmes. Se forem inconstantes, os filhos entenderão que Deus é opcional.

Hoje, olhando para trás, nos deparamos com uma verdade dolorosa: a maioria dos jovens que deveriam estar na igreja hoje, não estão por alguma decisão impensada dos pais ontem.

A maior parte dos jovens hoje presos em vícios, depressão e destruição não estão ali por falta de igreja, mas por falta de pais posicionados. Não basta levar os filhos à igreja; é preciso levar o Reino de Deus para dentro de casa.

Quer um exemplo extremo? Olhe para o Japão. Um país com uma geração inteira desaparecendo. Cerca de 30% da população está prestes a completar 70 anos, e os jovens estão sobrecarregados, sem tempo para viver, amar ou construir família. O que aconteceu? Os pais pararam de gerar filhos e de investir neles. O resultado? Um país envelhecido, sem mão de obra, sem futuro.

No Reino de Deus não é diferente: se os pais pararem de gerar filhos espirituais e de investir nos próprios filhos com visão eterna, o que sobrará será uma igreja velha, cansada e sem sucessão.

Não terceirize o que Deus colocou em suas mãos. O ministério infantil existe por causa das crianças, mas o maior ministério está nos lares. Pais fortes geram filhos cheios de propósito. O futuro da igreja passa pelo seu comportamento hoje.

Quem não planta hoje, não colhe amanhã.
E quem planta só para si, amanhã não terá quem continue o legado.